sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Capítulo 2 - Valores físicos:


Gentile da Fabriano

É bastante viável pensar que não se extinguiu-se de todo os valores físicos, podendo claramente estar vinculados ao hábito da “caçada” como notamos claramente nos contos burlescos de Giovanni Boccacio em “Decamerão”, o físico também foi bastante valorado na eterna luta entre os homens: a guerra. Assim, para bem guerrear, com o surgimento dos feudos e em necessidade da defesa de suas terras os guerreiros criaram novos métodos de treino que se distinguiam de seus antecessores gregos e romanos exclusivamente pelo modo como utilizavam os cavalos.
“As razões são bem fáceis de entender: O mundo antigo não conhecia nem o estribo nem a ferradura. Sem o ponto de suporte que dão os estribos os cavalheiros tinham de suportar armas muito soltas para conseguir assegurar a estabilidade na cavalgada.”
( Hernàndes, 1995 )

Nota-se com isto que os processos educacionais dependem além de outros aspectos do desenvolvimento de aparato específicos como foi anteriormente descrito. Nota-se evidente a falta de saber e conhecimento da população em geral já que o que havia de mais sério com relação à estudos inicialmente eram os mosteiros, que eram a realidade as únicas escolas existentes. Os mosteiros detinham as únicas bibliotecas para a conservação do saber, suas atividades eram limitadas e escassas. Até que somente no séc. XII surgissem as universidades, quando o ensino e a cultura deixaram de ser privilégios apenas dos membros das igrejas, este foi inclusive o momentos em que a cultura greco-romana foi descoberta. Houve grande influência dos pensamentos de Aristóteles no final da I.M. Nos mosteiros o conhecimento não era necessariamente um fim, mas um meio de distração e ocupação do tempo vago.
“Para a maior parte dos monges o estudo da literatura antiga, condenado como fora pela igreja por diversos séculos, representava caracteristicamente os interesses e as tentações do mundo. O desejo de tal estudo só era satisfeito com riscos evidentes de pecado. Tal estudo era uma capitulação aos desejos humanos, uma satisfação dos gostos, coisas que eram perfeitamente hostis à idéia de ascetismo.”
( Paul Monroe, 1939 )

A nobreza recebia uma educação distinta da que era empregada aos religiosos. Com 7 anos o futuro cavaleiro saía de casa de seu pai indo servir à um outro nobre, na condição de pajem, com 14 anos tornava-se escudeiro, um ajudante militar de seu senhor, assim aprendia a manejar arco, lança, espada e clava. Após 7 anos de treino ocorria a cerimônia meio religiosa meio militar chamada investidura tornava-se um cavaleiro. O ideal de um cavaleiro era a formação musical e guerreira, experiente nas 7 artes liberais: Cavalgar, atirar com o arco, lutar, caçar, nadar, jogar xadrez e versificar. O interesse em geral da nobreza era a defesa de seus territórios, o que exigiam guerras, já que devido à gradativa perca de poder dos reis seus poderes aumentaram, e tinham a liberdade de impor suas próprias moedas, medidas e impostos dentro do feudo. Quando não haviam guerra os cavaleiros exercitavam-se nos torneios, que eram espetáculos com armas preparadas para tornarem-se inofensivas. Sobre a cavalaria:

“... Para isto o jovem era treinado desde os seus primeiros anos na habilidade de montar, de manejar o escudo, de empunhar a espada, de terçar a lança, de arremessar o dardo, e habituava-se à armadura, na verdade acostumava-se à todo exercício marcial. Atingir de barco ou à cavalo um alvo em movimento era exercício muito praticado. A caçada e a falcoaria não só eram divertimentos como também proporcionavam treinos de guerra.”
( Paul Monroe, 1939 )

Os maiores poderes da Idade Média estavam com o rei e a igreja, que se constituiu no maior latifundiário. Condes, Párocos vinham na seqüência da escala de poderes. Os barões contavam com os cavaleiros que protegiam suas terras em que viviam em conjunto nas cidades e nos campos os servos, colonos e pequenos proprietários. Muitos destes pequenos proprietários de terras, em troca de proteção aos iminentes ataques, as vendiam aos Senhores Feudais. Os servos pagavam muitos impostos aos donos das terras, em com isto se viam presos à ela.
Os valores de cada classe, durante a Idade Média eram distintos entre si, enquantos os eclesiáticos estudavam as leis divinas, e inseriam aos poucos através de Santo Agostinho e mais tarde São Tomás de Aquino um contingente de idéias gregas, os reis preocupavam-se tão somente com seu poder que declinava tendo em vista seus interesses em laços hierárquicos com os burgueses que contruiam castelos cada vez mais poderosos representando suas imponências e periculosidade dentro de uma região.
A igreja tentou num período assegurar seu poderio criando as cruzadas, que eram grandes peregrinações com o intuito de libertar, mesmo que de maneira belicosa, a terra santa representada por Jerusalém.
Os camponeses seguiam as leis regidas pelos Senhores Feudais, eram pobres e Ignorantes vivendo as intempéries de uma época em que a morte pela peste era avassaladora, uma moléstia terrível que dizimou a população, reduziu-se a produção de alimentos ( 1348 ), extremamente religiosos pagavam penitências e faziam procissões organizadas pela igreja. Não obstante, no período final da Idade Média, quando o feudalismo entrou em crise em decorrência da escassez de alimentos, da peste e das revoltas camponesas a situação ficou caótica.
Num ambiente de interesses políticos diferentes e de pouca robustez intelecto-cultural estão estas três grandes classes: Os burgueses, os religiosos e a população dividida em camponeses, artesãos e servos. Cada qual com seus interesses específicos, vejamos algumas idéias da igreja:

“O cristianismo partia do princípio de que a sabedoria proporcionada pela fé é superior à alcançada pela filosofia, pois aquela têm seu fundamento no próprio Deus e esta na razão humana limitada e falível. Mas nem por isso deixou de reconhecer o valor, embora relativo, do conhecimento alcançado por meio da razão.”
( José Silveira da Costa, 1993 )

“Mas o objetivo principal deste ensinamento não é tratar da potência e do ato enquanto existentes apenas nos seres dotados de movimento, mas enquanto propriedades do ser em geral. Daí a potência e o ato são encontrados também nos seres não dotados de movimento, bem como nas coisas intelectuais.
( Tomás de Aquino, 1225 )

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